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Carta de Vânia Nichetti para Toninho Cerezo
Salvador, 03 de fevereiro de 2012.
Cerezo,
Sou torcedora do Esporte Clube Vitória, vou a todos os jogos do meu time e conheço de futebol. Desde 1999, quando Vitória fez aquela campanha notável, fiquei fã do seu estilo de treinar, sempre jogando para frente. Todos os treinadores que aqui chegaram, com estilo retranqueiro, não deram certo. Por isso, gostaria de lhe dar algumas dicas para que este ano meu time volte à elite do futebol.
O ano passado foi terrível, pois, além de perdermos o campeonato baiano, acabamos não subindo. Mesmo não tendo subido por pouco, o Vitória, pela campanha que fez durante o ano, não merecia o acesso. Foram muitos erros, principalmente falta de planejamento. Este ano começamos com outra política que acredito tem tudo para dar certo.
Apenas não gostaria que repetisse alguns equívocos que vem acontecendo há algum tempo, principalmente a falta de um meia de ligação, ponto crucial para o grande fracasso, desde 2010, quando chegamos a final da copa do Brasil. Tínhamos Ramon que, apesar da idade, foi bastante útil. Só que, quando começou a se contundir, no segundo semestre, tudo foi por água abaixo, não tínhamos peça de reposição num campeonato longo como é o brasileiro, além de outras competições paralelas.
Este ano, temos Giovani, um excelente jogador e exemplo de profissional, mas, pela idade, necessita de alguém junto para jogar com ele com maior velocidade. Logo, dos jogadores contratados, acredito que Tartá pode ser uma boa opção. Não adianta ter bons centroavantes se a bola não chega redonda lá na frente. O último time do Vitória que teve um ataque para deixar saudades foi em 2008, com Marquinhos, Willian Santana e Dinei, e que, por coincidência, 2 desses estão de volta.
Gostaria que este ano tivéssemos um time mais alegre, jogando pra frente, como era em 1999, quando tomávamos 4, mas fazíamos 5. Na minha opinião, meu time seria:
Douglas, Gabriel, Rodrigo, Saci, Nino Paraíba, Michel, Robston, Giovani, Tartá, Marquinhos e Dinei.
Claro que teoria é uma coisa e prática é outra. Mas qualidade é importante e isso no ano passado não tivemos, tanto que, nas últimas partidas, quando Marquinhos entrou no time, foi outra coisa. Acredito que não subimos pela contusão dele nas três últimas partidas. Assisti ao jogo quarta, contra o Fluminense, e percebi, no primeiro tempo, a diferença de um jogador de qualidade, com a entrada de Dinei. Já no segundo tempo, ele cansou e aí, sem um meia rápido, foi um desastre. Fui dormir com raiva de ver um futebol medíocre daquele, com tantos erros de passe.
Espero que você analise com cuidado minhas dicas e que elas possam te ajudar.
Um abraço de uma torcedora que admira seu trabalho e seu jeito de lidar com os jogadores.
Vânia Nichetti
Auditora Fiscal
Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia